quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A HORRENDA MORTE DE NEGÃO



Tinha pelos pretos veludo. Negão levantava as orelhas e balançava o rabo quando ouvia esse nome. Passava o dia ao redor do boteco de Dona Maria. Ela notou que ele não levantava as orelhas nem balançava o rabo se uma cadela no cio passava. Uma vez, em pleno domingo de futebol, todo mundo que ouvia o jogo viu um guenzo sobre ele. Dona Maria não gostou dos comentários que tinha um cachorro frango. Não tolerou a greia. Disse que tava envergonhada do safado sem vergonha. Um matador, desses de profissão, ofereceu seus serviços.
Dona Lala me contou que ninguém nunca mais viu negão levantando o rabo, balançando as orelhas no Alto da Brasileira. Já se passaram 25 anos e ela nunca esqueceu.

(Wilson Freire)

Nenhum comentário: